sábado, 12 de maio de 2012

Aniversário de 61 anos de casados


Há ...60 anos continuamos nos casando.

            Não temos a menor ideia, Irenita e eu, do tempo exato em que começamos a nos casar.  Segundo o calendário, nosso enlace aconteceu em 12 de maio de 1951. Mas, na realidade, teve início em tempo que não pode ser definido.  Desde então prossegue sendo constantemente preservado como um dos valores da vida.

            Conforme as normas gramaticais os três pontinhos da reticência servem para indicar algo que vem adiante.  Aqui, porém, a reticência assinala alguma coisa anterior.  E esse retrospecto pode indicar longe ou perto, não havendo condições para se estabelecer a distância.

            A propensão para o casamento começa no mais profundo do ser, tanto no homem como na mulher, ainda no estado embrionário da existência.             Mas não é uma obra acabada como um utensílio doméstico que se compra na loja.  Depende do cultivo como quem planta um jardim ou educa uma criança.

            A união conjugal há de ser vivenciada ao longo de sua existência, e, por estranho que pareça, até depois da morte de um dos cônjuges, nas gerações futuras.

            Para que o casamento perdure é imperativo que haja plena consciência de sua realidade e do seu valor.  Há, infelizmente, união conjugal fortuita, leviana, descuidada como se fosse acidental.  Acontece como quem sorve o vento ou bebe um copo de água.  Leve como uma pena, desfaz-se como bolha de sabão.

            Quando nos casamos recebemos de pessoa amiga o pequeno livro Basta o Amor?  Nele se ressalta a necessidade de, além dos valores espirituais como o amor e a fidelidade, seja enfatizada também boa segurança econômica.  Aceitamos o desafio e a advertência do livro.

            No decorrer desses anos muita coisa nos faltou em termos de bem estar e conforto.  Vivemos modestamente.  Mas, o essencial, pela graça de Deus, jamais nos faltou, incluindo ajuda para a educação dos filhos.  Todos alcançaram nível superior de escolaridade.
A vida, no seu conjunto, não é enfrentada como quem achou um tesouro escondido.  Há de ser construída com intenso labor como quem trabalha no garimpo, visando a pérola de grande preço: a estabilidade matrimonial, que, por sua vez, produz o fruto – família feliz. 
(texto escrito o ano passado por ocasião das bodas de diamante)

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