A
Bíblia é o código do cristianismo. Há quem menospreze essa verdade sob a
alegação de que o Novo Testamento só foi escrito depois do ano 40 da era
Cristã. O Evangelho, porém, antes de ser escrito foi vivido, ensinado e transmitido
pelo próprio Jesus Cristo a seus discípulos e apóstolos. Eis porque a religião
cristã, em todos os tempos, não pôde afastar-se da Bíblia para enveredar por
caminhos tortuosos.
Uma prova de que a igreja, embora
organizada antes de ser escrito o Novo Testamento, se firmava nos ensinos do
livro divino é que os apóstolos e pregadores do primeiro século não anunciavam
doutrinas da sua humana sabedoria, mas transmitiam apenas aquilo que haviam
recebido do Senhor Jesus, sem nada diminuir ou acrescentar. Não há nenhum
vislumbre de concepções próprias no ensino apostólico. Não há modificação
alguma dos princípios e doutrinas já estabelecidos. Todos são oráculos do
Espírito Santo, porta-vozes do Verbo divino para fazer conhecidas do mundo as
maravilhas do Evangelho emanado de Deus pelo Messias revelador da sabedoria
eterna.
Tendo compreendido e assimilado as
grandes verdades que Jesus lhes ensinou, sua primeira preocupação foi
proclamá-las, difundi-las pela palavra verbal. Logo, porém, sentiram alguns desses
apóstolos que haveriam de terminar no mundo sua tarefa de pregadores. Com a
morte findaria sua missão na terra. Seus ensinos verbais poderiam ser
deturpados pela maldade e conveniência humanas. Para que tal não acontecesse
era preciso que ficasse um resumo escrito de tudo o que Jesus ensinou. Isto
eles sentiram pela revelação do Espirito Santo e, recebendo a inspiração
divina, escreveram esses preciosos documentos que focalizam com exatidão aquilo
que estavam acostumados a pregar verbalmente.
Paulo, embora não tivesse o
privilégio de acompanhar Jesus em sua missão terrena, recebeu informações
seguras pelas instruções de Ananias e dos apóstolos que ouviram diretamente do
Mestre divino a mensagem do Evangelho. Sendo homem de coração aberto às
evidências da verdade, sua alma assimilou facilmente o conteúdo da revelação
cristã, podendo ele escrever as epístolas que nortearam a vida das igrejas na
doutrina do cristianismo. E esse escritor sagrado assevera: “Eu recebi do
Senhor o que também vos ensinei” (I Coríntios 11:23).
Se
queremos a verdade, aprendamos com São Paulo a “não ir além do que está
escrito” (I Coríntios 4: 6). Igualmente,
o apóstolo João resume no fim do seu livro a finalidade para a qual o escreveu:
“Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho do
Deus, e para que crendo, tenhais vida em seu nome” (20:21). O que diz o
apóstolo do amor com referência ao motivo da sua obra, pode dizer-se também a
respeito de todos os demais livros do Novo Testamento. Todos foram escritos
para que os homens, no futuro, pudessem ser instruídos num cristianismo exato,
genuíno e sem as misturas corrosivas das religiões humanas, e seguindo nesse
caminho de luz tivessem garantia de vida em seu nome.
(do livro O caminho da vida)
(do livro O caminho da vida)