sexta-feira, 15 de junho de 2012

CRISTO - NOSSO SUBSTITUTO

      Foi no tempo do Império Romano.  Um jovem foi processado e condenado sob a acusação de lesa-pátria. O juiz acabara de pronunciar a sentença de morte e os executores preparavam-se para dar cumprimento a determinação superior.
      Achava-se na sala do tribunal um irmão mais velho do réu, o qual, em muitas e penosas batalhas havia servido sua pátria em países longínquos. Nas grandes lutas o bravo moço havia perdido ambos os braços, intercedeu eloquentemente a favor do réu.  Em sua intercessão não procurou diminuir ou atenuar a enormidade do crime do seu irmão, mas apresentou seus próprios braços mutilados como o merecimento que o credenciava a fazer aquele pedido.
     Confessou fracamente que seu irmão era um indigno, que era traidor e merecia morrer, mas em nome do que ele próprio havia feito pela pátria, implorava que se poupasse a sua vida.
      Atentando para o sacrifício feito por aquele jovem, e ouvindo a sua palavra, o juiz se deu por satisfeito e, em atenção a tão altos e sublimes feitos, concedeu pleno perdão ao réu que já havia sido condenado
         Esta é a credencial que Jesus apresenta para a redenção do homem perdido e condenado.  Ele mesmo morreu por nós.  Esta é a prova da sua misericórdia e bondade.  A salvação e felicidade eterna do homem pecador dependem do sacrifício expiatório realizado pelo Filho de Deus.
       Estava determinado desde tempo remotíssimos que assim devia ser.  A morte do Messias Divino devia ser o fator da nossa redenção. Eis porque escreveu muito antes da sua vinda o profeta Isaías: "Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido.  Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades;  o castigo que nos traz a paz estava sobre ele e pelas suas pisaduras fomos sarados" (53:4)
        Pode alguém objetar como injusta a atitude de Deus em permitir que seu Filho tomasse o nosso lugar.  A resposta é que ele o fez voluntariamente.  Vindo ao mundo, para a morte na cruz, marchou resolutamente, na plena consciência do sacrifício que havia de experimentar e da árdua missão para a qual estava cometido a desempenhar, embora houvesse todas as possibilidades de dela fugir.
          Outra objeção seria que um homem sozinho não poderia levar as transgressões de número sem conta de pecadores.  A isso considere-se que a ação substitutiva de Cristo não foi apenas de um homem como indivíduo.  Ele, sendo Deus e homem ao mesmo tempo, não agiu apenas como uma pessoa.  Nele estava a raça humana, visto que "todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez"(João 1:3).  Como nele estava a humanidade na criação, estava também na possibilidade de tornar-se o seu substituto, conforme a sua vontade.

(publicado no folheto dominical da Primeira Igreja Batista de Mairiporã, SP)


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