Há nas Escrituras o livro de
Salmos, cujo conteúdo é quase todo de louvor a Deus. Nele aparecem preceitos e
ensinamentos de alta significação, que culminam com uma palavra de exaltação ao
Todo-Poderoso. O ser humano anseia por
beleza, por comunicação, por associação com os seus semelhantes e por
espiritualidade, sobretudo o homem não se satisfaz com a parte, quer o
Todo. Tem sede de Deus.
O
reconhecimento de Deus como Criador e Senhor foi a finalidade para a qual o
homem foi feito. Depois de criadas todas as coisas e todos os demais seres
viventes, quis Deus criar alguém que o entendesse na sua grandeza e majestade.
Por isso disse Deus: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme à nossa
semelhança”.
É claro, portanto, que o ser criado
por Deus tem obrigação de reconhecê-lo e adorá-lo. O livro dos Salmos é quase
todo de louvores, havendo ainda nas Escrituras várias outras porções que
apresentam cânticos, poesias e hinos nos quais os seus autores engrandecem a
Deus pelos seus atos maravilhosos.
Aliás, toda a natureza é convidada a
prestar adoração ao Senhor dos senhores. Veja, por exemplo, o leitor esses
trechos do Salmo 48: “Louvai ao Senhor..., Louvai-o sol e lua; louvai-o todas
as estrelas luzentes. Louvai-o, céus dos céus e as águas que estão sobre os
céus. Louvai ao Senhor desde a terra: vós, baleias e todos os abismos; fogo e
saraiva, neve e vapores, o vento tempestuoso que executa a sua palavra; montes
e todos os outeiros, árvores frutíferas e todos os cedros; e as feras e todos
os gados, répteis e aves voadoras”.
A natureza é louvor e exaltação ao
Criador. Se a natureza bruta é
convidada a prestar exaltação ao seu Criador, muito mais o homem, feito pelas
mãos do Eterno, à sua imagem, conforme à sua semelhança. E Deus pôs na
contextura espiritual do homem a inclinação religiosa. Alguém já o definiu com
alguma razão como “um animal religioso”. O sentido do viver está no louvor a
Deus. Os céus cantam a glória do Criador (Salmo 8). Ao homem cabe juntar-se ao canto da criação
inteira e celebrar o Pai.
Certa feita um homem que professava
o ateísmo achou por bem criar seu filho em ambiente onde não se falasse em
religião, não se adorasse a Deus e nada se cogitasse sobre o assunto. Levou
então o menor para uma ilha deserta e começou a instruí-lo em sua escola de
ateísmo. O menino foi crescendo naquele ambiente em que Deus era de todo
desconhecido.
Uma
tardinha, ante um lindo pôr-de-sol, o ateu foi encontrar o seu filho
completamente absorto na contemplação da cena que se vislumbrava, ao
esconder-se o sol entre as nuvens. Sem ver o pai, o menino lançava um beijo ao
astro-rei, dizendo:
- Sol, leva este beijo para quem te
criou.
Este fato bem revela a inclinação
humana para a adoração. Este sentimento é inato e nos foi outorgado por Deus
para que não nos confundamos com os brutos. Um dos maiores erros do homem é
apegar-se de tal maneira aos interesses rasteiros das coisas materiais que
venha a esquecer-se do seu Deus, deixando de prestar-lhe o devido reconhecimento.
No mundo globalizado de hoje prolifera a idéia do consumismo no qual fica
minimizada a solidariedade e crescem a solidão e a violência num processo
acelerado de desmoronamento do ser humano.
O homem só é feliz quando descobre que não é só corpo, mas nele habita
um espírito que busca o encontro com o seu Criador. O homem tem sede de
Deus.
(do livro O caminho da vida).
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