domingo, 3 de junho de 2012

O homem tem sede de Deus


Há nas Escrituras o livro de Salmos, cujo conteúdo é quase todo de louvor a Deus. Nele aparecem preceitos e ensinamentos de alta significação, que culminam com uma palavra de exaltação ao Todo-Poderoso.   O ser humano anseia por beleza, por comunicação, por associação com os seus semelhantes e por espiritualidade, sobretudo o homem não se satisfaz com a parte, quer o Todo.  Tem sede de Deus. 

            O reconhecimento de Deus como Criador e Senhor foi a finalidade para a qual o homem foi feito. Depois de criadas todas as coisas e todos os demais seres viventes, quis Deus criar alguém que o entendesse na sua grandeza e majestade. Por isso disse Deus: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme à nossa semelhança”.

            É claro, portanto, que o ser criado por Deus tem obrigação de reconhecê-lo e adorá-lo. O livro dos Salmos é quase todo de louvores, havendo ainda nas Escrituras várias outras porções que apresentam cânticos, poesias e hinos nos quais os seus autores engrandecem a Deus pelos seus atos maravilhosos.

            Aliás, toda a natureza é convidada a prestar adoração ao Senhor dos senhores. Veja, por exemplo, o leitor esses trechos do Salmo 48: “Louvai ao Senhor..., Louvai-o sol e lua; louvai-o todas as estrelas luzentes. Louvai-o, céus dos céus e as águas que estão sobre os céus. Louvai ao Senhor desde a terra: vós, baleias e todos os abismos; fogo e saraiva, neve e vapores, o vento tempestuoso que executa a sua palavra; montes e todos os outeiros, árvores frutíferas e todos os cedros; e as feras e todos os gados, répteis e aves voadoras”.

            A natureza é louvor e exaltação ao Criador.    Se a natureza bruta é convidada a prestar exaltação ao seu Criador, muito mais o homem, feito pelas mãos do Eterno, à sua imagem, conforme à sua semelhança. E Deus pôs na contextura espiritual do homem a inclinação religiosa. Alguém já o definiu com alguma razão como “um animal religioso”. O sentido do viver está no louvor a Deus. Os céus cantam a glória do Criador (Salmo 8).  Ao homem cabe juntar-se ao canto da criação inteira e celebrar o Pai.

            Certa feita um homem que professava o ateísmo achou por bem criar seu filho em ambiente onde não se falasse em religião, não se adorasse a Deus e nada se cogitasse sobre o assunto. Levou então o menor para uma ilha deserta e começou a instruí-lo em sua escola de ateísmo. O menino foi crescendo naquele ambiente em que Deus era de todo desconhecido.

            Uma tardinha, ante um lindo pôr-de-sol, o ateu foi encontrar o seu filho completamente absorto na contemplação da cena que se vislumbrava, ao esconder-se o sol entre as nuvens. Sem ver o pai, o menino lançava um beijo ao astro-rei, dizendo:

            - Sol, leva este beijo para quem te criou.

            Este fato bem revela a inclinação humana para a adoração. Este sentimento é inato e nos foi outorgado por Deus para que não nos confundamos com os brutos. Um dos maiores erros do homem é apegar-se de tal maneira aos interesses rasteiros das coisas materiais que venha a esquecer-se do seu Deus, deixando de prestar-lhe o devido reconhecimento. No mundo globalizado de hoje prolifera a idéia do consumismo no qual fica minimizada a solidariedade e crescem a solidão e a violência num processo acelerado de desmoronamento do ser humano.  O homem só é feliz quando descobre que não é só corpo, mas nele habita um espírito que busca o encontro com o seu Criador. O homem tem sede de Deus. 
(do livro O caminho da vida).

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