Há
nas Escrituras Sagradas um poema de rara beleza. É o salmo de número 119. É uma
grande proclamação do valor incomparável da Palavra de Deus. Existe nele, a par
da sublimidade de estilo, uma simetria perfeita. O salmo é composto em forma de
acróstico, com todas as letras do alfabeto hebraico. Contém 22 estrofes, cada qual
encabeçada por uma das letras daquele alfabeto antigo. Cada estrofe contém oito
versos, e cada um desses versos começa, no original, com a letra que lhe serve
de título. Cada versículo, em português, faz referência à Lei de Deus,
apresentando um vocabulário variado.
É notável o fato de se usarem tantas
palavras como sinônimo de lei. Há diversos termos que se revezam, dando ao
salmo uma beleza singular. São eles: lei, palavra, dito, mandamento, estatutos,
ordenanças, preceitos, testemunho, juízo, caminho e promessa.
Cada versículo do salmo apresenta, de
modo eloquente, os efeitos preciosos das Escrituras na formação espiritual dos
homens. O salmista considera a mensagem divina “luz para o seu caminho”. A
certa altura do grande poema faz ele essa indagação: “Como purificará o jovem o
seu caminho?” E ele mesmo responde: “Observando-o de acordo com a tua palavra”.
Esta é, sem dúvida, uma necessidade em
nosso tempo. A corrupção no presente se desenvolve na proporção da ausência de
Deus no coração dos homens e desprezo pela sua Palavra. Há, entretanto, um
recurso que, embora tardio, será a tábua de salvação para a criatura humana:
retorno a Deus, conforme a instrução do seu livro.
A Bíblia sempre foi uma luz dissipadora
das trevas. Basta que alguém examine com atenção o Livro Divino, e terá um
clarão luminoso para a sua vida no tempo e na eternidade. A Palavra de Deus revela
o estado espiritual do homem sem Deus, e mostra, ao mesmo tempo, o recurso para
a sua restauração. Este é o livro-poema que ameniza a sequidão do deserto em
que vivemos e aponta o caminho da eternidade feliz.
(do livro O
caminho da vida)
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