domingo, 25 de março de 2012

Desfavelar é lucro



            Quando o Presidente Lula criou o Ministério das Cidades um raio de luz brilhou em meu ser interior.  Pensei que fosse o começo do povoamento do Brasil e consequente ocupação do seu território imenso.
            Lembrei-me do Presidente Juscelino. Que fez J.K.? Ao assumir o governo, cercou-se de uma comissão de técnicos – urbanistas e engenheiros e dirigiu-se ao interior do Brasil. Sondou o ambiente, estudou os pormenores e determinou a criação de Brasília, dentro do seu mandato. Logo começou o trabalho e, no prazo certo, para assombro do mundo, era inaugurada a bela capital do Brasil.
            Nosso gigantesco território continua sendo um desafio. Quem viaja pela rodovia Belém-Brasília e entra nas transversais encontra um mundo deserto, só habitado por seriema, veado galheiro e uma infinidade de outros animais selvagens.
            Pode-se percorrer 200, 300 quilômetros sem encontrar uma casa ou casebre. Quando vem um jipe em sentido contrário os motoristas de ambos param, cumprimentam-se, trocam informações.  Gente naquelas paragens é novidade.
            O Brasil foi apenas descoberto, mas falta muito para ser povoado.  Sua vegetação nativa e luxuriante – sinal de que a terra é boa para o plantio.
            Em vivo contraste com essa grandeza territorial, milhões de patrícios nossos se espremem na estreiteza aviltante das favelas.  Constantemente forças federais são acionadas para unir-se ao governo do Rio e Prefeituras, a fim de diminuir os distúrbios sociais causados por essa condição de vida.  Apesar dessa operação conjugada, as favelas continuam agressivas, causando sérios danos à população.
            Para dar início à operação desfavelar basta começar a construir.  Importa levantar cidades grandes e pequenas. Bem planejadas, em condições de se viver.
            Não será necessário sair laçando favelados, nem expulsá-los dos seus barracos.  Basta cadastrá-los e mostrar-lhes o que lhes é oferecido.  Como borboletas saem do pântano para o jardim, assim sairão eles do seu submundo para o conforto de um Brasil – sexta economia do mundo.
            Desfavelar é lucro em termos de segurança pública, emprego, progresso, tributos, embelezamento das cidades, turismo, ocupação do território, credibilidade para o poder público, conceito internacional... E mais ainda: o próprio favelado, com a força do seu trabalho, pagará sua habitação.  

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