Quando o Presidente Lula criou o
Ministério das Cidades um raio de luz brilhou em meu ser interior. Pensei que fosse o começo do povoamento do
Brasil e consequente ocupação do seu território imenso.
Lembrei-me do Presidente Juscelino.
Que fez J.K.? Ao assumir o governo, cercou-se de uma comissão de técnicos –
urbanistas e engenheiros e dirigiu-se ao interior do Brasil. Sondou o ambiente,
estudou os pormenores e determinou a criação de Brasília, dentro do seu
mandato. Logo começou o trabalho e, no prazo certo, para assombro do mundo, era
inaugurada a bela capital do Brasil.
Nosso gigantesco território continua
sendo um desafio. Quem viaja pela rodovia Belém-Brasília e entra nas
transversais encontra um mundo deserto, só habitado por seriema, veado galheiro
e uma infinidade de outros animais selvagens.
Pode-se percorrer 200, 300
quilômetros sem encontrar uma casa ou casebre. Quando vem um jipe em sentido
contrário os motoristas de ambos param, cumprimentam-se, trocam
informações. Gente naquelas paragens é
novidade.
O Brasil foi apenas descoberto, mas
falta muito para ser povoado. Sua
vegetação nativa e luxuriante – sinal de que a terra é boa para o plantio.
Em vivo contraste com essa grandeza
territorial, milhões de patrícios nossos se espremem na estreiteza aviltante
das favelas. Constantemente forças
federais são acionadas para unir-se ao governo do Rio e Prefeituras, a fim de
diminuir os distúrbios sociais causados por essa condição de vida. Apesar dessa operação conjugada, as favelas
continuam agressivas, causando sérios danos à população.
Para dar início à operação
desfavelar basta começar a construir. Importa
levantar cidades grandes e pequenas. Bem planejadas, em condições de se viver.
Não será necessário sair laçando
favelados, nem expulsá-los dos seus barracos.
Basta cadastrá-los e mostrar-lhes o que lhes é oferecido. Como borboletas saem do pântano para o
jardim, assim sairão eles do seu submundo para o conforto de um Brasil – sexta
economia do mundo.
Desfavelar é lucro em termos de segurança
pública, emprego, progresso, tributos, embelezamento das cidades, turismo,
ocupação do território, credibilidade para o poder público, conceito
internacional... E mais ainda: o próprio favelado, com a força do seu trabalho,
pagará sua habitação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário