Nos bosques desolado, e a solidão noturna
Do espantalho, do horror, da morte perseguido,
Na caverna do abismo, horrenda e taciturna
Esconde-se Davi, tremendo e espavorido
É Saul que o procura e vai de furna em furna
A buscá-lo, feroz, qual tigre enraivecido,
E o filho de Jessé, da sombra da cafurna,
Percebe vir de longe o exército aguerrido.
Eis que no acampamento, enquanto a tropa dorme,
De manso vai Davi pela floresta enorme
E vê também dormir, calma e tranqüilamente,
Seu tremendo inimigo, o hebreu perseguidor,
A vida poupa então, ao vil competidor
Em vez de lhe cravar no peito a espada ardente.
Escrevi este soneto em 1945.
Estudava no Colégio Estadual da Bahia em Salvador. A composição retrata o
conflito entre o rei Saul, já rejeitado por Deus, e o futuro rei Davi. (I
Samuel 24).
Nesse tempo, ainda jovem estudante,
eu ajudava o ministério do missionário M.G.White, como pré-seminarista nas
Igrejas Batistas Sião e Brotas, em Salvador.
Nenhum comentário:
Postar um comentário