domingo, 28 de abril de 2013

CAMINHO APLAINADO


      O Cristão de hoje pode avistar um horizonte largo. Não tem mais de abrir picada estreita, através da densa floresta. Pelo contrário, há diante dele um caminho aberto pela experiência dos que já se foram.

        O servo de Deus desta dispensação é bem mais feliz do que o de épocas remotas. Na epístola aos Hebreus encontramos uma galeria de heróis que viveram e morreram pelos ideais que hoje desfrutamos. Todos avançaram através de experiências amargas e difíceis, tendo eles mesmos de abrir o caminho para a sua peregrinação.

        Olhando aqueles heróis para a frente, nada podiam ver. Andaram somente pela fé e não pela vista. De nada do que temos hoje, como bússola a nos nortear, eles dispunham. Tudo era incipiente, esboço, projeto apenas. As verdades divinas, tão claras hoje aos que conhecem o Evangelho pela confirmação das Escrituras, eram para eles apenas sinais inexpressivos. O edifício da redenção, tão bem construído e acabado ao ensejo do ministério de Cristo, era para aqueles bravos do Antigo Testamento apenas o começo de uma planta mal esboçada.

        Mas eles, naquelas representações imperfeitas de um cordeiro, um novilho sacrificado, um holocausto feito pelo sacerdote, puderam ver a glória da redenção futura, que em Cristo havia de ser consumada. Tudo era apenas sombra pálida e imperfeita da grande realidade que havia de se projetar no futuro. Tinha cada símbolo para eles uma viva mensagem de fé e esperança, e sob a luz dessa visão puderam marchar confiantes.

        Nós, porém, não olhamos mais para uma simples promessa, mas para uma sublime realidade. Temos no cristianismo uma obra consumada. Cristo já fez pelo homem o que para os nossos antepassados era apenas uma longínqua esperança. Diante de tudo isso, nossa fé está alicerçada, não apenas no que há de acontecer, mas no que já aconteceu. Assim, o Evangelho não é para nós o que foi para Abraão, Isaque, Jacó e tantos outros - uma promessa distante - mas uma esperança que se tornou realidade, e vai se projetando para o futuro.

        O Evangelho de Cristo é, deste modo, um caminho aplainado. Quem segue por essa luminosa estrada não tem razão para ser assaltado pela dúvida. Há uma “nuvem de testemunhas” que antes de nós já percorreu esse caminho santo, alcançando a promessa divina para a sua redenção.

        Feliz é o homem que, encontrando esse caminho aplainado, segue por ele sem hesitação alguma até o encontro com o seu destino eterno.
(do livro O caminho da vida)


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