quarta-feira, 1 de maio de 2013

DAVI E SAUL


                           Nos bosques desolado, e a solidão noturna

                   Do espantalho, do horror, da morte perseguido,

                   Na caverna do abismo, horrenda e taciturna

                  Esconde-se Davi, tremendo e espavorido



                  É Saul que o procura e vai de furna em furna

                  A buscá-lo, feroz, qual tigre enraivecido,

                  E o filho de Jessé, da sombra da cafurna,

                  Percebe vir de longe o exército aguerrido.



                  Eis que no acampamento, enquanto a tropa dorme,

                 De manso vai Davi pela floresta enorme

                 E vê também dormir, calma e tranqüilamente,



                 Seu tremendo inimigo, o hebreu perseguidor,

                 A vida poupa então, ao vil competidor

                 Em vez de lhe cravar no peito a espada ardente.



            Escrevi este soneto em 1945. Estudava no Colégio Estadual da Bahia em Salvador. A composição retrata o conflito entre o rei Saul, já rejeitado por Deus, e o futuro rei Davi. (I Samuel 24).

            Nesse tempo, ainda jovem estudante, eu ajudava o ministério do missionário M.G.White, como pré-seminarista nas Igrejas Batistas Sião e Brotas, em Salvador.

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