domingo, 3 de junho de 2012

O homem tem sede de Deus


Há nas Escrituras o livro de Salmos, cujo conteúdo é quase todo de louvor a Deus. Nele aparecem preceitos e ensinamentos de alta significação, que culminam com uma palavra de exaltação ao Todo-Poderoso.   O ser humano anseia por beleza, por comunicação, por associação com os seus semelhantes e por espiritualidade, sobretudo o homem não se satisfaz com a parte, quer o Todo.  Tem sede de Deus. 

            O reconhecimento de Deus como Criador e Senhor foi a finalidade para a qual o homem foi feito. Depois de criadas todas as coisas e todos os demais seres viventes, quis Deus criar alguém que o entendesse na sua grandeza e majestade. Por isso disse Deus: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme à nossa semelhança”.

            É claro, portanto, que o ser criado por Deus tem obrigação de reconhecê-lo e adorá-lo. O livro dos Salmos é quase todo de louvores, havendo ainda nas Escrituras várias outras porções que apresentam cânticos, poesias e hinos nos quais os seus autores engrandecem a Deus pelos seus atos maravilhosos.

            Aliás, toda a natureza é convidada a prestar adoração ao Senhor dos senhores. Veja, por exemplo, o leitor esses trechos do Salmo 48: “Louvai ao Senhor..., Louvai-o sol e lua; louvai-o todas as estrelas luzentes. Louvai-o, céus dos céus e as águas que estão sobre os céus. Louvai ao Senhor desde a terra: vós, baleias e todos os abismos; fogo e saraiva, neve e vapores, o vento tempestuoso que executa a sua palavra; montes e todos os outeiros, árvores frutíferas e todos os cedros; e as feras e todos os gados, répteis e aves voadoras”.

            A natureza é louvor e exaltação ao Criador.    Se a natureza bruta é convidada a prestar exaltação ao seu Criador, muito mais o homem, feito pelas mãos do Eterno, à sua imagem, conforme à sua semelhança. E Deus pôs na contextura espiritual do homem a inclinação religiosa. Alguém já o definiu com alguma razão como “um animal religioso”. O sentido do viver está no louvor a Deus. Os céus cantam a glória do Criador (Salmo 8).  Ao homem cabe juntar-se ao canto da criação inteira e celebrar o Pai.

            Certa feita um homem que professava o ateísmo achou por bem criar seu filho em ambiente onde não se falasse em religião, não se adorasse a Deus e nada se cogitasse sobre o assunto. Levou então o menor para uma ilha deserta e começou a instruí-lo em sua escola de ateísmo. O menino foi crescendo naquele ambiente em que Deus era de todo desconhecido.

            Uma tardinha, ante um lindo pôr-de-sol, o ateu foi encontrar o seu filho completamente absorto na contemplação da cena que se vislumbrava, ao esconder-se o sol entre as nuvens. Sem ver o pai, o menino lançava um beijo ao astro-rei, dizendo:

            - Sol, leva este beijo para quem te criou.

            Este fato bem revela a inclinação humana para a adoração. Este sentimento é inato e nos foi outorgado por Deus para que não nos confundamos com os brutos. Um dos maiores erros do homem é apegar-se de tal maneira aos interesses rasteiros das coisas materiais que venha a esquecer-se do seu Deus, deixando de prestar-lhe o devido reconhecimento. No mundo globalizado de hoje prolifera a idéia do consumismo no qual fica minimizada a solidariedade e crescem a solidão e a violência num processo acelerado de desmoronamento do ser humano.  O homem só é feliz quando descobre que não é só corpo, mas nele habita um espírito que busca o encontro com o seu Criador. O homem tem sede de Deus. 
(do livro O caminho da vida).

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Castro Alves

Castro Alves nunca viu
do "Navio Negreiro" o horror,
mas sua alma vislumbrou
daquele escombro o clamor. 

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Vivência IV

No contexto desta vida
é bem melhor a brandura.
Confronto é martelo frágil
que não quebra a pedra dura.

Vivência III

No dia a dia da vida
não convém a teima dura.
O teimoso se reveste
de couraça e armadura. 

Vivência III

Não creias tudo o que ouves
no viver de cada dia.
Muita coisa deixa ao vento
com calma e sabedoria. 

Divórcio VI

Divórcio - remédio amargo.
Vida a dois é preferida.
Não faças do troca troca
o teu estilo de vida.

Vivência II

No contexto da vivência
nem em tudo se acredita
nem passa à frente boatos
- assim intriga se evita. 

Palavra VII

Palavra - arma de fogo
que atira e pode matar,
e também doce ternura
para a alma confortar. 

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Palavra VI

Palavra - noite trevosa
que traduz fel e amargura,
e também fonte de luz
com doce e terna brandura. 

Palavra V

Palavra - música suave,
se envolvida de amor
- e tempestade e tufão,
se traz o tom de rancor.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Interpretação

O micro organismo vê
na formiga, algo gigante.
A formiga - no ratinho,
algo como um elefante. 

Fazendo o bem

O mar é feito de gotas
e de muitos fios, o pano.
As ações de nossa vida
fazem a vida do oceano.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Criança

Criança entregue a si mesma
é folha levada ao vento,
no imenso mar da vida
- barco sem leme ao relento. 

Otimismo II

O fiel enfrenta a morte
em seguimento da vida.
Quanto mais perto da morte,
tanto mais perto da vida.

Otimismo

O otimista, feliz,
nem nas trevas se assombra;
o derrotista, ao contrário,
vê no sol ponto de sombra.

domingo, 27 de maio de 2012

Família

É relevante o valor
que do Alto procedeu:
Pai, mãe, irmãos - família
- a bênção que Deus lhe deu.

Palavra IV

Palavra na hora certa
é qual divina fagulha,
no conjunto, um lampadário
- a vida toda patrulha. 

União conjugal

Você se casa com o encanto,
a beleza e a aparência;
mas depois, no dia a dia,
o que vale é a vivência.

sábado, 26 de maio de 2012

Palavra III

Não só o corpo é ferido
por pedras e contusões;
também a alma é ferida
por palavras e ações.

Palavra II

Há o tropeço nas pedras
e tropeço no andar
Um perigoso tropeço
é tropeço no falar

Palavra

O falar na hora certa
com calma e sabedoria
ultrapassa doutorado,
ciência e filosofia.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Iluminismo

Não aceito o iluminismo
que, orgulhoso, se ufana
em só ver em sua frente
a gotinha pequenina
da sabedoria humana.

Aceito o humanismo
que vê na sua letra e ciência
uma ajuda pequenina
para conhecer um pouco
da divina sapiência

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Humanismo

Não despreze o humanismo
como doutrina sem luz,
visto que o amor ao próximo
é preceito de Jesus

Só desprezo o humanismo
quando deixa fora Deus.
Quando inclui Deus e homem
- assim procede dos céus

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Sofrimento

Por que sofre o inocente,
enquanto folga o perverso?
Atente à realidade:
Hoje vemos só fração
das dobras da eternidade. 

terça-feira, 22 de maio de 2012

Vivência em Família

Para a construção da casa
- ciência da arquitetura -
para a construção do lar
- gestos de amor e ternura.

Amor XI

Amor - segredo insondável
como o sol em seu vigor.
De onde vem o astro rei
em seu sublime fulgor?

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Favela e água

Chafariz - água abundante
pra aquele mundo sofrido,
pote de água na cabeça
está tudo resolvido.

Chafariz - obra completa
para aquele bairro inteiro.
água levada à cabeça
como no século primeiro

Água na canícula ardente
como se fosse tesouro,
não tem feição de cristal
é qual pepita de ouro.

Menina, desce a montanha
Vai a água lá buscar.
Nada se paga por água,
só suor a derramar.

O carro não sobe o morro,
não tem por onde passar.
Toma a lata, desce o morro
e vai a água buscar.

Favela - fonte de voto
Chafariz foi instalado.
Água pela força humana,
é favor ao favelado.

O chafariz da favela
é favor do candidato.
Desça o morro, busque água,
vote nele, favelado.

Água buscada lá em baixo
tem preço de caminhada.
Cristo é a fonte das águas
sem caminhada forçada.

É coisa de dois mil anos
água na fonte buscar
Relembra a samaritana
e a fonte de Sicar.

Contra a veleza da vida,
da má condição humana,
usa a força do trabalho
busca a FORÇA SOBERANA.

Avante, Brasil avante.
Vive no século presente.
ocupa esse espaço imenso
- vida nova à tua gente.

domingo, 20 de maio de 2012

O ateu requer justiça
em nome do altruismo
tudo sem Deus - contra Deus
em favor do humanismo.

Não devo pregar justiça
só por ser servo de Deus?
será que pregar justiça
é coisa só de ateu?
Todo evangelho é justiça
prego a justiça com Deus.

Fazer o bem II

Para rever o passado
faze o bem no teu presente.
Vira a folha do passado
e corrige para a frente. 

Fazer o bem

O martelo que segura
- o mesmo que despedaça.
É bom sempre ser martelo
que na vida sempre faça. 

Sabedoria

A sabedoria humana
se mede por doutorado.
A sapiência divina
não tem altura nem lado. 

sábado, 19 de maio de 2012

Divórcio V

Um mundo sem o divórcio
e também sem a cadeia
será a expressão maior
de um mundo que não se odeia.

Divórcio IV

Divórcio - remédio amargo
e com contra indicações:
abre feridas na alma
e na vida contusões. 

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Divórcio II

Lembre-se de juras feitas
por muito tempo vivido.
O divórcio é negativa
de todo o amor prometido.

Divórcio III

Divórcio, como a cadeia
jamais devia existir.
Contra os valores da vida
ambos teimam em persistir.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Divórcio

Divórcio - casa desfeita
na vida, intranquilidade.
É transtorno pra família
- abala a sociedade. 

Vivência em família

Suporto o peso da terra,
por causa do meu pedaço.
Suporto os trancos da vida
pelo valor do regaço.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Amor X

O amor não falha nunca
como o astro rei - o sol
- vem no exato momento
em seu sublime arrebol.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Amor IX

Amor - coluna e firmeza
que sustenta o universo,
finíssimo fio invisível
que se oculta em um só verso.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Amor VIII

O amor - fonte de vida
de onde a bondade promana,
elogiado e exaltado,
mesmo assim, nunca se ufana. 

domingo, 13 de maio de 2012

Amor VII - Homenagem ao Dia das Mães

O amor por tudo espera,
não importa tempo ou idade.
Para nós existe o tempo,
para Deus a eternidade. 

sábado, 12 de maio de 2012

Aniversário de 61 anos de casados


Há ...60 anos continuamos nos casando.

            Não temos a menor ideia, Irenita e eu, do tempo exato em que começamos a nos casar.  Segundo o calendário, nosso enlace aconteceu em 12 de maio de 1951. Mas, na realidade, teve início em tempo que não pode ser definido.  Desde então prossegue sendo constantemente preservado como um dos valores da vida.

            Conforme as normas gramaticais os três pontinhos da reticência servem para indicar algo que vem adiante.  Aqui, porém, a reticência assinala alguma coisa anterior.  E esse retrospecto pode indicar longe ou perto, não havendo condições para se estabelecer a distância.

            A propensão para o casamento começa no mais profundo do ser, tanto no homem como na mulher, ainda no estado embrionário da existência.             Mas não é uma obra acabada como um utensílio doméstico que se compra na loja.  Depende do cultivo como quem planta um jardim ou educa uma criança.

            A união conjugal há de ser vivenciada ao longo de sua existência, e, por estranho que pareça, até depois da morte de um dos cônjuges, nas gerações futuras.

            Para que o casamento perdure é imperativo que haja plena consciência de sua realidade e do seu valor.  Há, infelizmente, união conjugal fortuita, leviana, descuidada como se fosse acidental.  Acontece como quem sorve o vento ou bebe um copo de água.  Leve como uma pena, desfaz-se como bolha de sabão.

            Quando nos casamos recebemos de pessoa amiga o pequeno livro Basta o Amor?  Nele se ressalta a necessidade de, além dos valores espirituais como o amor e a fidelidade, seja enfatizada também boa segurança econômica.  Aceitamos o desafio e a advertência do livro.

            No decorrer desses anos muita coisa nos faltou em termos de bem estar e conforto.  Vivemos modestamente.  Mas, o essencial, pela graça de Deus, jamais nos faltou, incluindo ajuda para a educação dos filhos.  Todos alcançaram nível superior de escolaridade.
A vida, no seu conjunto, não é enfrentada como quem achou um tesouro escondido.  Há de ser construída com intenso labor como quem trabalha no garimpo, visando a pérola de grande preço: a estabilidade matrimonial, que, por sua vez, produz o fruto – família feliz. 
(texto escrito o ano passado por ocasião das bodas de diamante)

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Amor VI

Amor - sublime centelha
que vem por ordem divina,
com essa mini fagulha
o universo se ilumina.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Amor V

Do Eterno vem o amor
que domina a amplidão,
e ocupa ao mesmo tempo
as fimbrias do coração. 

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Vivência em família IV

A guerra - nem só nos campos
- expressão de impiedade.
Em gestos e em palavras,
esmaga a felicidade. 

terça-feira, 8 de maio de 2012

Vivência


Em favor da vida plena
dispõe-te a comprar a paz.
Mesmo sendo o preço alto,
deixa o rancor para trás.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Amor IV

O amor tudo suporta,
mesmo o peso do universo.
Tudo sofre, tudo crê
e vence o mundo adverso.

domingo, 6 de maio de 2012

Amor III

Dos confins do infinito
brotou a fonte do amor,
- dessedenta o caminhante
e dá à vida sabor. 

sábado, 5 de maio de 2012

Amor II

O amor jamais se acaba,
porque de Deus foi gerado.
Não tem limite de tempo,
nem presente nem passado.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Amor

Amor - sutil sementina
que constrói a vida e a casa.
Mesmo ante bravo furor,
não se irrita e nem se abrasa.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Vivência em família III

Para a vivência em família
importa a perseverança.
Quem por essa trilha segue,
o favor de Deus alcança.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Vivência em família II

No convívio da família,
cultiva a doce plantinha,
tira dela os parasitas
e colhe os frutos da vinha.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Vivência em família I

No vasto mar da vivência,
evita vagas e ondas,
Contorna algumas perguntas
e nem a tudo respondas.

Nossa caminhada

Filhos e netos, agora,
Ornamentam nossa estrada.
Prosseguimos vida a fora
Nessa incansável jornada.

Vamos ao novo milênio
Que brevemente há de vir,
E depois desse milênio,
O milênio do porvir.

(trecho da poesia dedicada pelo autor à sua esposa Irenita, 12 maio 1991)

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Hoje, 61 anos de pastorado

No decorrer desses anos,
muito falei, pouco disse,
ante a grandeza infinita 
do Deus da eternidade.

Nessa arrancada final,
insisto nesse resumo -
como bem falou Jesus -
conheça Deus nas alturas
e o próximo nas planuras.

(hoje comemoro o meu aniversário de 61 anos de ordenação pastoral) 

Gula

No teu cardápio da vida
põe balança na garganta
para não seres gigante
nem tão pouco uma jamanta. 

Versos vitoriosos

Atenção para estes versos,
mesmo sem ter em memória.
Vai de triunfo em triunfo
e de vitória em vitória.  

domingo, 29 de abril de 2012

Ensina o menino e dá sabedoria ao adulto


Instrue ao menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele. Provérbios 22:6

Deus VIII

Dois erros comete o homem:
ou rejeita o Deus eterno
ou acha que o Deus eterno
é propriedade sua. 

sábado, 28 de abril de 2012

Sol nascente

Fagulhas só recebemos
da grande luz esplendente.
E aqui não suportamos
o fulgor do sol nascente.  

Deus VII

Antes dos sois e estrelas,
o infinito e nada mais.
Se quer saber como foi,
não queira saber demais. 

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Deus VI

Deus, acima do mistério
de onde o mundo surgiu.
Quem tudo testemunhou?
Ele estava lá e viu. 

Deus V

Antes dos mundos, só Deus,
eis o mistério insondável.
Como isso aconteceu?
Sabe o Deus incomparável. 

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Eu

Sou um grãozinho de areia,
uma gotinha de orvalho, 
mas me vê o Deus eterno
- para Ele muito valho.  

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Deus IV

O Senhor está presente
nas brumas do infinito.
E também está presente
ao socorrer o aflito.  

Deus III

O canto onde Deus reside
vai além do universo,
mas está também presente
na estreiteza de um verso.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Deus I

Lá muito antes do antes,
só o Deus da eternidade;
só espaço e nada mais
- abismo em profundidade.  

Deus II

E do centro do abismo,
se é que abismo tem centro,
a voz de Deus ecoou
mandando que houvesse luz,
e a luz apareceu.  

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Falar com Deus

Pra falar com o Deus eterno
não é só com a voz do som,
mas também com o pensamento,
a voz principal da alma
- essa voz é o sentimento.  

domingo, 22 de abril de 2012

Pró viver

Esses meus versos sem brilho
foram feitos pró viver;
são gotículas de orvalho
que fazem a planta crescer.  

sábado, 21 de abril de 2012

Tempo

O tempo é por nós contado
em meses, anos - idade...
Um milênio é um dedinho
dos braços da eternidade.  

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Vivência

No decurso da jornada,
no viver de cada dia,
busca de Deus os conselhos,
do Alto a sabedoria. 

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Guerra IV

A guerra é luta que enluta
com destruição e horror.
O amor - fonte cristalina
que dá à vida sabor.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

O milagre de uma família


Aquele modesto casal, meus pais, Manoel Caetano Alves e Joana Barbosa Alves, apesar de todas as limitações, no começo de 1915 estava se unindo pelos laços matrimoniais. Naquele início do século XX, nem se falava em controle de natalidade. Seguindo o costume da época, ao casal os filhos foram chegando em espaços aproximados de 20 meses de um para o outro. Ante essa realidade, as condições de vida iam se tornando cada vez mais precárias e difíceis. As crianças iam crescendo e lhes faltava tudo. Nem mesmo escola freqüentavam, porque os pais moravam em zona rural, onde naquele tempo nem se pensava em educação dos filhos.

            Premido pela responsabilidade de oito filhos e esposa, aquele pai de família saiu para trabalhar em uma fazenda distante. Ali contraiu febre amarela e teve de voltar andando para sua casa, sem qualquer tratamento. A doença foi-se agravando, e ele veio a falecer aos 55 anos de idade.

            Sua jovem esposa, que era 15 anos mais nova do que ele, teve de assumir, agora, a responsabilidade de pai e mãe ao mesmo tempo. Nada de herança, casa de residência ou pensão. O filho mais velho estava com 14 anos de idade,  e os demais formavam uma escadinha até a faixa de seis meses.

            Aquela senhora, que era de bela aparência, encontrou muitas insinuações para desviar-se de sua conduta de viúva. Mas ela, heroicamente, permaneceu na disposição de cumprir a grande missão de cuidar de seus filhos.

            Todos sobreviveram saudáveis, apesar das grandes carências e dificuldades. Alguns estudaram um pouco, chegando a sair do analfabetismo. Os homens conseguiram profissionalizar-se. As quatro filhas casaram-se. No contexto dessa luta pela sobrevivência, ninguém deixou de ter, todos os dias, o pão de cada dia, o vestuário, o agasalho e o essencialmente necessário à vida.

            Dos homens, dois conseguiram fazer curso superior, sendo um advogado e outro jornalista e Pastor Evangélico. Enquanto escrevemos este texto, todos ainda vivem, superando totalmente as carências do tempo, e da infância e da adolescência.

            Tal milagre aconteceu graças à firmeza daquela viúva fiel e à providência divina. “Nunca vi o justo desamparado nem a sua descendência a mendigar o pão” (Salmo 37:25).

(trecho do livro O caminho da vida - no momento 3 irmãos já estão na Glória com o Senhor).
 


Guerra III

A guerra é monstro da morte
que destrói sem piedade.
O amor - força divina
que constrói para eternidade.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Alma

Alma - centelha eterna
que não posso aquilatar.
Somente a visão da alma
pode a alma avaliar.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Palavra II

Palavra - fonte de luz,
na estrada, tocha e candeia,
ou chama destruidora
que mais de um bosque incendeia. 

domingo, 15 de abril de 2012

Palavra I

A palavra é brisa mansa
como o calmo minuano.
Pode ser vagas e ondas
de agitado oceano.

sábado, 14 de abril de 2012

Bens II

O homem perde a saúde
para conseguir riqueza,
e depois perde riqueza
para conseguir saúde.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Bens I

 O rico jamais é rico,
se a mente não se contenta.
O pobre jamais é pobre,
se com pouco se alenta.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Guerra II

A paz é gota de orvalho
que rega os jardins da terra.
A guerra é sangue inocente
de quem não queria a guerra.

Guerra I

Na paz fez Deus o universo
- pela sua voz, os mundos.
o que se faz em milênios,
destroi-se em poucos segundos.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Conduta

A vida é jornada longa
um dia após outro dia.
A loucura de um só dia
quebra da vida a harmonia.

domingo, 8 de abril de 2012

Feliz Páscoa: Cristo já ressuscitou.

Porque Cristo ressuscitou cremos nEle como Deus.
Porque Cristo ressuscitou cremos em Jesus como Salvador.
Porque Cristo ressuscitou encontramos um sentido para a vida crendo na eternidade.
Porque Cristo ressuscitou acreditamos que um dia voltará cumprindo a promessa.

"Porque vivo está o amanhã enfrento.
Sim, vivo está, não temerei.
Pois eu bem sei que é dele o meu futuro,
e a vida vale a pena.  Cristo vivo está."

(trecho do hino 137 do HCC: William e Glória Gaither?Port. James F. Spann e Jaubas Alencar)

sábado, 7 de abril de 2012

Criação II

O relógio do universo
marca o tempo com rigor;
só no exato momento,
surge o sol em esplendor.

Criação I

Do nada surgiu a luz
pela voz do soberano
e uma fagulha acendeu-se
também para o ser humano.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Domingo de Páscoa: Jesus penetrou nos céus

          Um dia na história do universo Jesus deixou os céus.  É que Deus havia resolvido despedir seu filho como executor das promessas já feitas ao mundo.  Chegara o momento, e era preciso que isto se realizasse.  Ele veio e executou sua missão. 
          Cumprida sua difícil tarefa, Jesus havia de voltar.  Se o paraíso de Deus não fosse eternamente belo poderíamos dizer que ele se engalanou para receber o Filho do Altíssimo em sua volta vitoriosa.  Se na sua despedida houve um tom de expectativa, na sua volta houve cânticos retumbantes de estrondosa vitória.  É que Jesus chega, depois de ter vencido todas as hostes infernais e ter cumprido com galhardia sua missão.  ....
          Jesus entra no santuário de Deus, tendo feito a imolação de sua própria vida.  Ali entrando, entrega nas mãos do Pai a oferenda máxima, completa e definitiva.  Este é um holocausto final que põe por terra todos os que dele haviam sido símbolos imperfeitos e transitórios.  Enquanto os sacerdotes penetravam um santuário "feito por mãos", Jesus entra na presença real e majestosa de Deus.  ....
         O esplendor daquele momento permanece por todos os séculos, porque o sacrifício de Jesus não é transitório, não envelhece, não perde o sentido e a finalidade.  É sempre o mesmo em valor e eficácia. Para todo o homem que dele se aproxima é a mesma fonte de redenção que apaga as transgressões e transporta à morada celeste.  Jesus entrou nos céus e a glória deste fato é renovada cada vez que com ele entra um pecador arrependido e salvo.  

(trecho do meu livro O caminho da vida)

quinta-feira, 5 de abril de 2012

O homem tem sede de Deus


           Certa feita um homem que professava o ateísmo achou por bem criar seu filho em ambiente onde não se falasse em religião, não se adorasse a Deus e nada se cogitasse sobre o assunto. Levou então o menor para uma ilha deserta e começou a instruí-lo em sua escola de ateísmo. O menino foi crescendo naquele ambiente em que Deus era de todo desconhecido.
            Uma tardinha, ante um lindo pôr-de-sol, o ateu foi encontrar o seu filho completamente absorto na contemplação da cena que se vislumbrava, ao esconder-se o sol entre as nuvens. Sem ver o pai, o menino lançava um beijo ao astro-rei, dizendo:
            - Sol, leva este beijo para quem te criou.
            Este fato bem revela a inclinação humana para a adoração. Este sentimento é inato e nos foi outorgado por Deus para que não nos confundamos com os brutos. Um dos maiores erros do homem é apegar-se de tal maneira aos interesses rasteiros das coisas materiais que venha a esquecer-se do seu Deus, deixando de prestar-lhe o devido reconhecimento. No mundo globalizado de hoje prolifera a idéia do consumismo no qual fica minimizada a solidariedade e crescem a solidão e a violência num processo acelerado de desmoronamento do ser humano.  O homem só é feliz quando descobre que não é só corpo, mas nele habita um espírito que busca o encontro com o seu Criador. O homem tem sede de Deus.  

(trecho do meu livro O caminho da vida e também trecho de artigo publicado no Jornal de Mairiporã em 20 fev 2006)

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Jesus, o bom Pastor


De várias maneiras Jesus definiu sua missão no mundo. Ele se apresenta como o pão que mata a fome, a água da vida, a porta do céu, o caminho, a verdade, a ressurreição e a vida.  Jesus é o bom pastor, o que vai à frente abrindo o caminho, ele conhece os atalhos e conduz as ovelhas com ciência e com inteligência (Jeremias 3: 15). 
        Considerando a profundidade e o elevado sentido da sua auto-apresentação, bem podemos repetir o que disseram os servidores do Império Romano que, indo prendê-lo, voltaram embevecidos com a Sua palavra: “Nunca homem algum falou como esse homem” (João 7:46).
        ...E Jesus se apresenta ao mundo sob essa figura sacrificial e amiga do pastor.  O pastor é companheiro das ovelhas, conhece-as pelo seu nome e estas conhecem a sua voz (João 10: 4 e 27). Seu trabalho, com efeito, foi humilde como o do profissional que cuidava das ovelhas, sendo o desvelo, carinho e desprendimento de um pastor da Palestina apenas uma pálida imagem do que fez o Divino Redentor pelas criaturas humanas.

(trecho do meu livro Caminho da Vida)

terça-feira, 3 de abril de 2012





Cigarro - grande assassino,
que destrói da vida a sorte
quem dele se torna escravo,
se escraviza até a morte

O cigarro é qual veneno
que só mata de mansinho,
ele não mata de vez,
mas mata devagarinho. 


domingo, 1 de abril de 2012

Sobre o livro escreveu o Pastor Hélio Schwartz Lima que faz a apresentação do texto:
Admiro sua extraordinária vitalidade.  Exerce o pastorado....Alimenta solidamente seu rebanho pregando com clareza a Palavra de Deus na firme convicção de que "toda a Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda a boa obra" (II Timóteo 3:16-17). Seu púlpito é vigoroso e sua mensagem fiel! Isto se pode comprovar por meio de seus escritos. Claros, simples, mas ricos da verdade que emana das Escrituras.

Nesse exemplar uma seleção e resumo de mais de 50 anos de testemunho anunciando a verdade divina e oferecendo diretrizes para a vida humana.
(publicado pela JUERP, 2004)

Família Feliz

  •  Alicerces da Família
  •  União conjugal vacilante
  •  Separação e Divórcio
  •  Quanto vale a Família
  •  Como preservar a união conjugal
  •  A educação dos filhos
  •  Consequencias sociais do sexo livre
  •  Família e Religião
 1ª edição 1998, EBAR

sexta-feira, 30 de março de 2012

Não à guerra

A guerra - não só nos campos,
expressão de impiedade
em gestos e em palavras
esmaga a felicidade.

Domingo, dia 1° de abril, às 18h, estarei pregando na Igreja Batista de Terra Preta, a convite do Pastor Benício.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Pedra e Corda - Símbolo do casamento, janeiro 2010




          
Mas que relação tem pedra e corda com o casamento? Veja como isso acontece.  São duas pedras levantadas sobre o mar. Uma ao lado da outra. São desiguais, sendo uma de aproximadamente 80 metros de altura, e a outra um pouco menor.
          O topo da primeira pedra é enlaçado por uma corda.  Essa corda enlaça também o topo da segunda corda. Aí é que começa o símbolo do casamento. 
          Por estranho que pareça, a corda é feita de palha de arroz. Vale a pena atentar para esse detalhe: a corda é caprichosamente tecida só de palha de arroz.
          Mas como esse material frágil e perecível pode servir de corda, e ainda mais como símbolo do matrimônio? Como admitir-se que um produto totalmente destituído de consistência e perenidade seja tomado como símbolo de uma união de vidas?
          A resposta é que essa corda não está ali por acaso.  Ela foi trabalhada com o máximo cuidado, e é renovada constantemente.  Refeita sempre, suporta as intempéries da natureza.  Assim, ao longo de muitos anos permanece debaixo do sol da chuva, e sob o impacto do vento.
          Tal cena pode ser vista na região de Futami no Japão. Há mais de 1.300 anos, com a finalidade de simbolizar a perpetuidade do matrimônio. 
          A grande lição para a vida é que a união conjugal não é sustentada por uma grossa corrente de ferro, presa por um cadeado.  Pelo contrário, os elementos que a seguram são delicados, muitos deles ocultos em mistério, e até invisíveis.
          Essa misteriosa corda é tecida ao longo  da vivência conjugal de finíssimos fios que são os ingredientes da virtude mais excelente: aquela que está acima de todos os sacrifícios e valores do universo -  o amor.

Confira I Carta de Paulo aos Coríntios, capítulo 13.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Creia em Deus o nosso povo,
Tenha nele segurança.
É Deus o Senhor da vida,
É Cristo nossa esperança.

(trecho do poema A trombeta de Deus)

terça-feira, 27 de março de 2012

Amor apressado

...

Criança sem pai ou mãe
Pode virar cão sem dono,
E alma infantil amarga
Por desprezo e abandono

Não seja a menina-moça
Mamãezinha sem marido,
Nem o jovem pai precoce
Em mundo já sofrido
(trecho do poema Amor apressado)




segunda-feira, 26 de março de 2012

Viagem a Canaã, 12 maio 2001


Buscando a Canaã, andamos juntos,
Por vales e montanhas nesta vida.
À noite a luz divina é clara e amena,
De dia há nuvens que amenizam a lida.


Tangidos pela fé – olhar distante,
A marcha é lenta – às vezes perigosa.
Na curva do horizonte divisamos
No fim de tudo a terra esplendorosa.


Hoje, cinqüentenária é nossa marcha.
E nesse viajar, na longa estrada,
Os pés na terra, os olhos no porvir,
Graças damos a Deus pela jornada.

Enquanto perdurar a caminhada,
Outros chamamos para a terra além.
Como Moisés a Hobabe no deserto:
Venham conosco e lhes faremos bem.

(escrito aos 50 anos de casamento, hoje já são quase 62 anos de união)

domingo, 25 de março de 2012

Pastor Gorgônio e esposa Irenita no dia em que ele completou 90 anos de idade.
A ti Senhor seja dada toda a glória. Amém.

Cigarro - grande assassino,
que destrói da vida a sorte
quem dele se torna escravo,
se escraviza até a morte

O cigarro é qual veneno
que só mata de mansinho,
ele não mata de vez,
mas mata devagarinho.

(leia o livro 12 Minutos por Cigarro)

Desfavelar é lucro



            Quando o Presidente Lula criou o Ministério das Cidades um raio de luz brilhou em meu ser interior.  Pensei que fosse o começo do povoamento do Brasil e consequente ocupação do seu território imenso.
            Lembrei-me do Presidente Juscelino. Que fez J.K.? Ao assumir o governo, cercou-se de uma comissão de técnicos – urbanistas e engenheiros e dirigiu-se ao interior do Brasil. Sondou o ambiente, estudou os pormenores e determinou a criação de Brasília, dentro do seu mandato. Logo começou o trabalho e, no prazo certo, para assombro do mundo, era inaugurada a bela capital do Brasil.
            Nosso gigantesco território continua sendo um desafio. Quem viaja pela rodovia Belém-Brasília e entra nas transversais encontra um mundo deserto, só habitado por seriema, veado galheiro e uma infinidade de outros animais selvagens.
            Pode-se percorrer 200, 300 quilômetros sem encontrar uma casa ou casebre. Quando vem um jipe em sentido contrário os motoristas de ambos param, cumprimentam-se, trocam informações.  Gente naquelas paragens é novidade.
            O Brasil foi apenas descoberto, mas falta muito para ser povoado.  Sua vegetação nativa e luxuriante – sinal de que a terra é boa para o plantio.
            Em vivo contraste com essa grandeza territorial, milhões de patrícios nossos se espremem na estreiteza aviltante das favelas.  Constantemente forças federais são acionadas para unir-se ao governo do Rio e Prefeituras, a fim de diminuir os distúrbios sociais causados por essa condição de vida.  Apesar dessa operação conjugada, as favelas continuam agressivas, causando sérios danos à população.
            Para dar início à operação desfavelar basta começar a construir.  Importa levantar cidades grandes e pequenas. Bem planejadas, em condições de se viver.
            Não será necessário sair laçando favelados, nem expulsá-los dos seus barracos.  Basta cadastrá-los e mostrar-lhes o que lhes é oferecido.  Como borboletas saem do pântano para o jardim, assim sairão eles do seu submundo para o conforto de um Brasil – sexta economia do mundo.
            Desfavelar é lucro em termos de segurança pública, emprego, progresso, tributos, embelezamento das cidades, turismo, ocupação do território, credibilidade para o poder público, conceito internacional... E mais ainda: o próprio favelado, com a força do seu trabalho, pagará sua habitação.